Quarta-feira, 21 de Setembro de 2011
Dedicado ao Salvador

Caro Salvador,

 

Enquanto espero, sentado, pelo prometido "programa estruturado" de redução da despesa pública, decidi fazer umas contas e cheguei a uma conclusão que decerto o deixará um pouco desiludido.

 

Sócrates foi crucificado pelo facto do deficit orçamental ter chegado aos 9.1% do PIB em 2010. Ora o que muitos não sabem, ou preferem ignorar, é que o défice de 2010 foi impactado por "desvios colossais" não recorrentes, cuja responsabilidade não pode ser imputada à governação socialista. Falo do BPP, BPN, submarinos e mais recentemente da dívida escondida da Madeira.

 

O estado português concedeu uma garantia de €450 milhões para o financiamento do BPP. Os mais atentos lembrar-se-ão que o esteio de credibilidade deste "pasquim financeiro" era o envolvimento do impoluto Dr. Balsemão, militante nº1 do PSD.

 

O caso BPN  constitui a maior fraude na história do nosso país desde Alves dos Reis. O buraco nas contas do BPN, que andará entre os €1,5 e os €5 mil milhões, nunca será totalmente conhecido tendo em conta quem é o novo proprietário do banco e as condições em que este lhe foi vendido (dado!!). Note-se que os cérebros por detrás de toda esta falcatrua fazem (ou faziam) parte do círculo intimo do Dr. Cavaco Silva e das elites do PSD. Falo, como é óbvio, de Oliveira Costa e Dias Loureiro. O próprio PR participou em operações pouco transparentes e altamente lesivas para o banco (mas com enorme beneficio pessoal) que nunca explicou convenientemente - escudando-se na sua alegada autoridade moral.

 

A compra dos submarinos foi um devaneio do Dr. Paulo Portas que custou €1 mil milhões aos cofres do estado. As contrapartidas acordadas nunca se realizaram. O que fica para a história, além da factura, são dois submarinos inúteis que permanecem estacionados algures numa base naval à espera que alguém lhes dê uso. Eu sugiro que passem a ser utilizados na travessia do Tejo quando houver greve da Transtejo. Mais, tenho dúvidas de que haja alguém na marinha portuguesa capaz de operar os ditos submarinos pelo que não me admiraria se algum acabasse enfaixado contra um pilar da ponte 25 de Abril.

 

O deficit escondido na Madeira é uma vergonha nacional! Este Governo, mal ou bem, estava a ganhar alguma credibilidade junto dos mercados e das instituições europeias. Com esta descoberta, Portugal foi recambiado de volta para o grupo dos "aldrabões", fazendo novamente companhia à Grécia. Tudo isto acontece porque nunca nenhum governante teve a coragem de pôr na ordem o soba que governa a Madeira. Enquanto os "cubanos" apertam o cinto, AJJ continua alegremente a sua campanha eleitoral, de inauguração em inauguração. O défice escondido da Madeira é um caso de polícia! Omitir, esconder e manipular as contas públicas é fraude! Um total de (por agora) €1.1 mil milhões não foram contabilizados, dos quais €915 milhões correspondem ao ano de 2010.

 

Se somarmos o custo de todos os eventos acima descritos, temos um impacto de €3.8 mil milhões no saldo global do deficit orçamental de 2010, qualquer coisa como 2.2% do PIB. Se subtrairmos esses 2.2% aos 9.1% chegamos à conclusão que o deficit orçamental que pode ser directamente imputado à governação socialista foi de apenas 6.9% pelo que estaríamos muito mais próximos da meta dos 5.9% para 2011.

 

Os números nao mentem Salvador...

 

P.S: É vergonhoso o silêncio da Rainha de Inglaterra (vulgo, o PGR), do Tribunal de Contas, do Tribunal Constitucional bem como a falta de uma tomada de posição clara por parte do PR e do PM. O PR talvez esteja com medo que AJJ o meta outra vez na ordem (lembram-se do Sr. Silva e da reunião com a oposição num quarto de Hotel)! Já PPC tem que ser claro nesta matéria uma vez que este delírio significa sacrifícios adicionais para não afectar o cumprimento das metas acordadas com a Troika. Afinal quem assegura o regular funcionamento das instituições em Portugal? Quem manda neste país? Pelos vistos ninguém!

 

P.S. 2: Fiquem atentos ao Facebook e à revista CARAS. Pode ser que o PR (ou a Evita Peron portuguesa) faça alguma declaração importante.



publicado por HGjr às 07:56
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Segunda-feira, 19 de Setembro de 2011
O dogma europeu by João Galamba

Tomo a liberdade de reproduzir neste espaço um artigo brilhante de João Galamba. É este tipo de lucidez e esclarecimento que alta aos líderes europeus. 

 

"Vários responsáveis europeus têm dito que a Zona Euro está melhor do que os EUA, e portanto que os americanos não têm qualquer legitimidade para nos dar lições. O último episódio desta triste novela ocorreu há dias, aquando da visita de Geithner à Europa. Geithner disse o óbvio, e a resposta dos Europeus, não menos óbvia, coube à ministra das finanças austríaca:

I found it peculiar that even though the Americans have significantly worse fundamental data than the eurozone, that they tell us what we should do and when we make a suggestion … that they say no straight away.

Como escreveu Yanis Varoufakis, esta resposta é a demonstração de que os europeus continuam a pensar que os problemas da Zona Euro se devem à indisciplina financeira de uns quantos países - e não a qualquer pecado original na arquitectura institucional da Zona Euro - e que, por isso, a solução só pode passar por mais austeridade. Invariavelmente, o argumento europeu socorre-se dos chamados 'fundamentais', a saber: défice em % do PIB, dívida em % do PIB e défice externo.  Em vez de perder tempo, imaginação e capital político a defender uma arquitectura institucional falida, seria mais útil se estas luminárias se dedicassem a tentar perceber por que razão os EUA, o Japão e o Reino Unido, que têm 'fundamentais' piores que a Zona Euro, não têm uma crise de dívidas soberanas. Falo, claro, daquilo que torna o Euro um regime monetário singular: a questão da soberania monetária. Ao contrário do que tem sido dito, a crise das dívidas soberanas é uma ficção: não existe qualquer dívida soberana na Zona Euro. Há dívida Grega, Portuguesa, Alemã, Holandesa, mas nenhuma dívida soberana. Com a prestimosa ajuda do BCE, soberanos só mesmo os mercados de capitais. É que, ao contrário de todos os outros bancos centrais, o BCE é o credor de último recurso do sistema bancário da Zona Euro, mas nunca dos Estados. É isto, e apenas isto, que torna o nosso problema diferente de todos os outros.

 

O Euro foi criado no pressuposto de que era possível (e desejável) separar a política fiscal (a cargo dos Estados) da política monetária (a cargo do BCE). A crise existe não porque persista a indisciplina orçamental, mas porque a Zona Euro não parece disposta a reavaliar essa ficção e a (auto-)mutilação institucional que é o seu corolário. As tentativas desesperadas do BCE para que os líderes dos governos da Zona Euro aprovem a flexibilização do FEEF é o último avatar da ficção em que assenta a moeda única. No fundo, o BCE quer deixar de se ver obrigado a comprar dívida pública para poder regressar ao recato da estabilidade de preços, onde a política monetária é um assunto técnico que pertence a especialistas. O que o BCE (e todos aqueles para quem o FEEF é a solução para os males da Zona Euro) não entendem é que, independentemente da flexibilização do fundo, há algo que o FEEF - qualquer FEEF - nunca será: uma entidade monetariamente soberana, capaz de resolver, de uma vez por todas, os riscos de solvabilidade dos Estados. O FEEF só poderia verdadeiramente substituir o BCE se se tornasse noutro...BCE. Como explicou Yanis Varoufakis neste post, a estrutura de capital do FEEF assegura que este será sempre uma arma de destruição maciça. No dia em que o BCE disser: agora é o FEEF, e apenas o FEEF, que faz aquilo que até agora fomos forçados a fazer, das duas uma: ou euro implode ou o BCE tem de engolir as suas palavras e regressar à função de bombeiro.

 

Essencialmente, tudo o que a Zona Euro tem feito no último ano e meio resume-se a uma variação sobre o mesmo tema: como sustentar a narrativa de que a culpa é de alguns países indisciplinados. Todas as reformas partem desse pressuposto. O governo económico europeu é uma farsa, que de governo não tem nada, porque se limita a reforçar a lógica policial do Pacto de Estabilidade e Crescimento. O FEEF, pelas razões já mencionadas, idem. Enquanto a Zona Euro não estiver disposta a repensar a questão da soberania monetária, haverá sempre mais uma cimeira extraordinária para resolver aquilo que nenhuma das cimeiras extraordinárias anteriores conseguiu resolver. Para evitar o colapso do Euro, talvez fosse sensato repensar os artigos 123 (financiamento monetário dos défices) e 125 (cada país é responsável apenas pela sua dívida), que não são compatíveis com a estabilidade de uma união monetária. É verdade que estes dois artigos são peças centrais da actual união monetária, mas isso diz mais sobre a falência do actual modelo do que da sua razoabilidade.

 

Em Agosto, à saída de um encontro Troika, perguntei a Rasmus Ruffer, representante do BCE, se ele achava que, na situação actual, a estabilidade dos preços devia continuar a ser a única preocupação do BCE. Respondeu-me que sim, claro, porque a inflação é a mãe de todas as ameaças e está sempre ao virar da esquina. Eu disse-lhe que a única solução para a crise actual teria de passar pelo abandono dos artigos 123 e 125 dos Tratados e por uma reconfiguração do papel do BCE. Ruffer, chocado, respondeu: isso nunca, porque a possibilidade de monetizar os défices causa (necessariamente) inflação. Em jeito de argumento de autoridade, acrescentou: 'porque sou alemão, sei que é assim'. Disse-lhe que respeitava esse trauma, mas que a causalidade entre financiamento monetário dos défices e inflação não era necessária, recordando, por exemplo, os casos americano e japonês. A resposta foi desconcertante: esses países não têm, mas hão-de ter inflação. A relação não é contingente, é necessária. Aqui saimos da discussão económica e entramos no domínio da profecia especulativa. Para Ruffer, a experiência de Weimar (e do Zimbabué) revelou uma lei, uma eénspécie de imperativo categórico: não imprimirás moeda, sob pena de severa punição! Há casos onde isso foi evidente, e há os outros onde ainda não é mas há-de ser, porque tem de ser assim. Que isto não satisfaça qualquer critério de cientificidade não parece perturbar Ruffer. Mas esta posição não se limita a falhar o teste da cientificidade, também ameaça falhar o teste da inteligibilidade: em si mesma, a natureza privada (via financiamento dos bancos) ou pública (via financiamento monetário dos défices públicos) do modo como um banco central injecta liquidez na economia nada nos diz sobre potenciais efeitos inflacionistas. Afinal, despesa é despesa, e não há nada na despesa pública, por contraposição a outro tipo de despesa, que a torne intrinsecamente inflacionista. A única forma de conferir inteligibilidade a esta posição resume-se, afinal, à seguinte posição: a proibição de financiamento monetário dos défices não visa controlar a inflação, mas apenas garantir que os Estados não têm instrumentos para agir enquanto soberano e, em determinadas situações, assumir o papel de consumidor e investidor de último recurso. Ruffer não só não entende como funciona o mecanismo de transmissão monetária do Banco onde trabalha, como também não percebe que, em determinadas situações, só a acção determinada dos Estados é capaz de evitar o colapso de uma economia de mercado. O que aconteceu em 2009 foi que todos perceberam que os Estados tinham de gastar para evitar a repetição da grande depressão, mas ninguém se lembrou de que os Estados só poderiam desempenhar este papel se a política monetária assegurasse a sua viabilidade financeira. E não se lembraram porque a arquitectura institucional da zona euro foi criada no pressuposto de que esse sacrilégio tinha sido definitivamente derrotado pela história. Estamos todos a pagar o preço deste dogma, que a realidade, todos os dias, tem mostrado ser insustentável. Haja quem abra os olhos e se liberte do dogma."

 

Parabéns!!!



publicado por HGjr às 20:35
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Madeira vs. "Cuba" - Round 1

O "desvio colossal" nas contas da Madeira não foi fruto de uma estratégia de auto-defesa contra a agressão "cubana" mas sim uma simples omissão não dolosa de umas quantas "facturas"... 

 

Alberto João Jardim prossegue com o ritmo alucinante de inaugurações...

 

O Sr. Silva remeteu uma tomada de posição para um "post" a publicar no Facebook num futuro próximo.

 

A Primeira Dama mantém o silêncio até uma próxima aparição pública.

 

Pedro Passos Coelho muda de opinião. Só haverá responsabilização cívica e criminal se o prevaricador "orçamental" for socialista.

 

Nada de novo portanto...



publicado por HGjr às 20:28
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Quarta-feira, 14 de Setembro de 2011
A educação segundo Maria Cavaco Silva

Maria Cavaco Silva, em declarações aos jornalistas após uma intervenção na abertura do ano lectivo na Univ. Católica, manifestou a sua preocupação com os cortes orçamentais na educação, contrariando frontalmente a política do Governo para o sector.

 

Confesso que inicialmente fiquei um pouco confuso, sobretudo quando os soundbytes ganharam uma dimensão filosófica e essencialista que me transcende: “Temos que passar para um tempo em que é mais importante sabermos o que somos do que o que temos e a Educação, para mim, tem isso como base”. Fiquei mais esclarecido e tranquilo quando as declarações voltaram ao registo paternalista e saudosista a que os inquilinos do Palácio de Belém nos têm habituado.

 

Mesmo sem se dar conta, creio que Maria Cavaco Silva acabou por resolver todos os problemas do sector. Ora vejamos: se a 1ª Dama de Portugal limpou mesas e ajudou “fisicamente a garantir as condições” para se poder ensinar durante “os tempos áureos” – quando havia “professores empenhados em ensinar e alunos empenhados em aprender” – não vejo nenhum motivo que impeça os actuais professores, comuns mortais, de fazerem o mesmo. O orçamento das escolas será dramaticamente reduzido se passarmos a ter professores “multitaskers”, dispensando assim as hordas de auxiliares educativos.

 

O feito de Maria Cavaco Silva ganha ainda maior relevo se atentarmos ao facto de que não foi necessário ouvir a verborreia do Sr. Mário Nogueira nem acordar o Ministro Nuno Crato do transe profundo em que vive desde que tomou posse.

 

Por fim, não posso deixar de manifestar o meu contentamento, o qual partilho com todos os meus concidadãos que ainda não aderiram as redes sociais, perante esta nova forma de comunicação do PR. A partir de hoje, para além dos enigmáticos discursos e de todos os esfíngicos silêncios; para além do tom intimista e um tanto parolo dos desabafos no Facebook;o PR acaba de criar um terceiro canal de comunicação com os Portugueses através das sentenças judiciosas da 1ª Dama. Ao ouvi-la não podemos deixar de evocar a figura de Eva Peron. Temo porém, que os problemas do país acabem a ser debatidos à mesa, durante o chá das 5  entre Maria Cavaco Silva e Laura Ferreira (esposa de Pedro Passos Coelho).



publicado por HGjr às 11:58
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Quarta-feira, 7 de Setembro de 2011
Foi sol de pouca dura

A entrevista de Vítor Gaspar à SIC - conduzida de forma brilhante por José Gomes Ferreira – marcou o inicio da queda deste Governo. Numa altura em que se exigem sacrifícios brutais aos portugueses, é necessário que o Ministro das Finanças apresente um discurso claro, esclarecido e simultaneamente encorajador. Vítor Gaspar transmite tudo menos coragem e esperança. As suas intervenções são monótonas, enfadonhas e pouco claras para a maioria dos Portugueses – pelo menos para aqueles que não viveram nos últimos anos "encafuados" nos gabinetes de estudos económicos do BdP e CE. Chegam mesmo a assemelhar-se a sessões baratas de hipnotismo para ajudar a deixar de fumar... Quando VG termina uma frase já toda a gente se esqueceu do que tinha dito no inicio da mesma – um pesadelo para os jornalistas que acompanham as conferencias de imprensa.

 

A verdadeira vocação deste ministro ficou bem patente na sua intervenção na Universidade de Verão do PSD: ensinar.

 

Mas como explicar que um prestigiado académico que publicou dezenas de artigos, reflexões, estudos etc... sobre como cortar na despesa publica e equilibrar o défice, ao chegar ao governo apenas consiga aplicar a velha formula do aumento de impostos? A resposta é simples: o papel e os quadros de ardósia aceitam tudo o que neles se escreve.

 

O que é feito das anunciadas reduções na despesa? O próprio Documento de Estratégia Orçamental (não passa de um ataque à anterior governação socialista) não concretiza nada em termos de cortes às “gorduras” do Estado. Este executivo revela não ter nenhum interesse em enfrentar os lobbies, os grupos de pressão, os caciques das distritais, os boys instalados nas suas cadeiras douradas... Por outro lado, não hesita em destruir – ao invés de restruturar ou racionalizar – o estado social, uma das grandes conquistas europeias!

 

A subserviência e bajulação de PPC à Sra.. Merkel, alinhando-se contra os Eurobonds – única hipótese plausível para evitar a desintegração do Euro – é ridícula e seria mesmo motivo de chacota não fosse estar em risco a sobrevivência de Portugal e da Zona Euro.

 

Este Governo tem os dias contados! Bastaram as criticas de Ferreira Leite, Marques Mendes e João Almeida para instalar o caos na coligação. Isto sem sequer haver uma oposição credível por parte do PS! Imagine-se quando a contestação social sair à rua. Quando os poderosos sindicatos arregimentados pelo PCP paralisarem o país de Norte a Sul.

 

Veremos se a minha premonição se confirma! Eu não tenho duvidas! Este Governo está a prazo!

 

P.S: Como não tenho Facebook não posso seguir os comentários e opiniões do nosso estimado PR.



publicado por HGjr às 10:41
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Sexta-feira, 2 de Setembro de 2011
Pedro Pinóquio Coelho

 

 

 

"Estas medidas põem o país a pão e água. Não se põe um país a pão e água por precaução."

 

"Estamos disponíveis para soluções positivas, não para penhorar futuro tapando com impostos o que não se corta na despesa."

 

"Aceitarei reduções nas deduções no dia em que o Governo anunciar que vai reduzir a carga fiscal às famílias."

 

"Sabemos hoje que o Governo fez de conta. Disse que ia cortar e não cortou."

 

"Nas despesas correntes do Estado, há 10% a 15% de despesas que podem ser reduzidas."

 

"O pior que pode acontecer a Portugal neste momento é que todas as situações financeiras não venham para cima da mesa."

 

"Aqueles que são responsáveis pelo resvalar da despesa têm de ser civil e criminalmente responsáveis pelos seus actos."

 

"Vamos ter de cortar em gorduras e de poupar. O Estado vai ter de fazer austeridade, basta de aplicá-la só aos cidadãos."

 

"Ninguém nos verá impor sacrifícios aos que mais precisam. Os que têm mais terão que ajudar os que têm menos."

 

"Queremos transferir parte dos sacrifícios que se exigem às famílias e às empresas para o Estado."

 

"Já estamos fartos de um Governo que nunca sabe o que diz e nunca sabe o que assina em nome de Portugal."

 

"O Governo está-se a refugiar em desculpas para não dizer como é que tenciona concretizar a baixa da TSU com que se comprometeu no memorando."

 

"Para salvaguardar a coesão social prefiro onerar escalões mais elevados de IRS de modo a desonerar a classe média e baixa."

 

"Se vier a ser necessário algum ajustamento fiscal, será canalizado para o consumo e não para o rendimento das pessoas."

 

"Se formos Governo, posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem cortar mais salários para sanear o sistema português."

 

"A ideia que se foi gerando de que o PSD vai aumentar o IVA não tem fundamento."

 

"A pior coisa é ter um Governo fraco. Um Governo mais forte imporá menos sacrifícios aos contribuintes e aos cidadãos."

 

"Não aceitaremos chantagens de estabilidade, não aceitamos o clima emocional de que quem não está caladinho não é patriota"

 

"O PSD chumbou o PEC 4 porque tem de se dizer basta: a austeridade não pode incidir sempre no aumento de impostos e no corte de rendimento."

 

"Já ouvi o primeiro-ministro dizer que o PSD quer acabar com o 13.º mês, mas nós nunca falámos disso e é um disparate."

 

"Como é possível manter um governo em que um primeiro-ministro mente?"

 

Citaçoes retiradas da conta de Twitter de Pedro Passos Coelho, publicadas hoje no DN pela jornalista Fernanda Câncio.

 

Palavras para quê...



publicado por HGjr às 12:08
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Segunda-feira, 15 de Agosto de 2011
O novo PM de Portugal

 

 

Poul Thomsen, líder da missão do FMI...



publicado por HGjr às 11:19
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Sexta-feira, 12 de Agosto de 2011
Esticar a corda

Segundo noticia o Jornal de Negócios, na reunião de ontem do Conselho de Ministros - diz-se que durou 10 horas!!! - foram debatidos cortes na despesa embora não se tenha chegado a nenhuma decisão.

 

É por demais evidente que este Executivo, à semelhança dos anteriores, opta pela via da receita para cumprir as metas orçamentais.

 

Pergunto-me onde estarão todos os estudos, programas e pacotes de medidas para cortar na despesa que tanto Pedro Passos Coelho como Paulo Portas anunciaram enquanto estavam na oposição e em campanha eleitoral? O que é feito aos cortes nos consumos intermédios apregoados pela dupla Moedas & Catroga? Não houve hesitações na altura de escrever cartas lamurientas ao então ministro Silva Pereira pedindo mais informação e medidas de corte na despesa. Pois até agora a única medida de corte no despesismo estatal foi obrigar os trabalhadores do novo superministério , a cargo da beata do CDS, a dispensarem a gravata para poupar na electricidade.

 

E o parvo sou eu???

 



publicado por HGjr às 10:24
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Quinta-feira, 11 de Agosto de 2011
Os "boys" e os "tachos"

Uma das promessas sonantes de PPC durante a campanha eleitoral foi acabar com os afamados "jobs for the boys".

 

Passados apenas alguns meses desde a tomada de posse, PPC já partidarizou a CGD e entregou o BPN de graça aos Angolanos do BIC (chefiado por Mira Amaral, ex ministro de Cavaco Silva). Entretanto, Aguiar Branco prepara-se para nomear o seu amigo e apoiante de longa data, Francisco Jaime Quesado, para a presidência da Empordef (holding das industrias de defesa portuguesas). Mais, o Governo nomeou, em mês e meio, 447 pessoas, das quais 73 têm ou tiveram ligações aos partidos da coligação. Destas, apenas duas têm um salário inferior a três mil euros.

A tudo isto há que juntar - a confirmar-se a notícia divulgada ontem pelo SOL - a nomeação de Pedro Santana Lopes para provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. O cargo não será remunerado uma vez que Santana já aufere a subvenção vitalícia pelos anos de exercício de cargos políticos. A mesma fonte adianta que Santana havia recusado anteriormente cargos na OCDE e Unesco por não querer sair de Portugal. Imagino que essa recusa se deva à sua preenchida e extenuante actividade como advogado.... Ele bem disse que ia andar por aí...

 

Recordo, com nostalgia, as palavras de Pedro Passos Coelho em tempos idos: ""Não vamos para o Governo para enxamear a Administração Pública de quadros do PSD e não vamos meter nos gabinetes dos ministros e dos secretários de Estado um exército de gente que constitua administração paralela àquela que já existe no Estado".... E também as do ministro da economia, Álvaro Santos Pereira ( Álvaro para o público): "Vamos ter menos jobs para os boys"... De referir que a primeira declaração foi feita em Abril e a segunda já em Agosto...

 

A máquina laranja começa a rodar...

 

 



publicado por HGjr às 15:56
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Quarta-feira, 10 de Agosto de 2011
Estudar, estudar, estudar...

O Governo publicou ontem, com um mês de atraso em relação ao prazo imposto pela Troika, o relatório sobre desvalorização fiscal. O relatório reafirma a intenção do Governo em reduzir a TSU tendo como contrapartida orçamental uma redução da despesa ou a subida do IVA e outros impostos. O Governo assume que a medida de referência passa por reduzir a TSU de 23.75% para 20% e o aumento do IVA em 2.19%, no entanto, assume 4 alternativas possíveis que irão ser estudadas, providenciando os respectivos instrumentos de análise para cada uma das propostas.

 

Uma vez que não me considero um entendido em fiscalidade ou contabilidade nacional, abstenho-me de comentar cada uma das alternativas (embora tenha opinião formada sobre as mesmas) e os seus efeitos práticos – positivos ou negativos – na economia e competitividade.

 

O que não posso deixar de salientar e, lamentar, é a propensão deste executivo para (re)estudar matérias sobre as quais tinha ideias tão claras e precisas ainda há bem pouco tempo. Há dias, Miguel Relvas anunciou a constituição de um grupo de trabalho, chefiado por João Duque, para definir o conceito de serviço público na área da comunicação social. Esta decisão surge no âmbito do plano de restruturação da RTP, que deverá ser entregue até ao dia 15 de Setembro. Álvaro Santos Pereira também admitiu estudar a introdução de portagens à entrada das cidades e medidas para apoiar as empresas no acesso ao crédito. Estudar, estudar, estudar... Estudos, pareceres e mais estudos... O que falta nas escolas abunda no Governo.

 

Foi por falta de coragem para tomar decisões fracturantes que o País chegou a este ponto. Projectos como o novo aeroporto, a requalificação e expansão do Porto de Sines, o TGV, o nuclear, entre outros, nunca saíram do papel pois os sucessivos governos os foram adiando, encomendando, um atrás do outro, os mais variados estudos e pareceres técnicos, económicos, sociais.... Note-se que todos os projectos acima referidos não constam da agenda nacional há apenas 1 ou 2 anos. Alguns (com excepção do TGV), estavam mesmo contemplados nos longínquos planos de fomento, incluindo o projecto do Alqueva, que como se sabe ainda nem sequer está concluído.

 

Está na altura de Portugal tomar medidas. Não vale pena voltar a estudar aquilo que já foi estudado. A este Governo pede-se acção. Até agora só se viu o fim das golden shares e o imposto especial... O estado de graça tem período de validade...



publicado por HGjr às 11:37
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